Dei por mim a estacionar o carro junto ao mar e a olhar para as ondas
que vão e vêm. Estão altas, mas não assustadoras, e ganham um súbita beleza
branca ao desfazerem-se numa espuma suave. Este espetáculo fez-me lembrar os
testes e os exames, que são os momentos em que o mar, mais ou menos calmo, da
vida estudantil se encapela e os nossos jovens se sentem a navegar em águas
mais alterosas. Com eles sofrem professores e, especialmente, pais.
Com a aproximação dos exames, aproximam-se as noitadas e as dores de barriga e de cabeça. Se o estudante foi aplicado e organizado ao longo do ano, meio caminho está andado para a ausência dos incómodos sintomas referidos e para o sucesso. O pior é que a maior parte dos nossos jovens faz jus ao velho ditado e só se "lembra de Santa Bárbara quando troveja". Há, no entanto, alguns conselhos que os professores e os pais podem dar aos jovens para que estes organizem melhor o seu estudo e ele se torne mais produtivo, diminuindo o stress e aumentando a autoconfiança. A preparação deverá começar algumas semanas antes das provas de avaliação. Esse tempo depende do número e tipo das provas e do estudo feito ao longo do ano, bem como das próprias características de cada estudante. Deve ser feito um horário de estudo, de preferência assumido como um compromisso em família e pela família.
Eis algumas regras a seguir:
- O aluno deve selecionar as horas de estudo de cada dia em função das suas necessidades e tendo em conta as que lhe são mais rentáveis. - O horário será conhecido por toda a família: o estudante compromete-se a cumpri-lo; a família compromete-se a respeitá-lo, sem pedidos de recados pelo meio ou irmãos mais novos a interromper. - O aluno deve determinar bem a matéria que precisa de estudar em cada disciplina e distribuí-la pelos dias disponíveis. O último dia será destinado só a revisões. - Em cada dia, o aluno deve começar pela disciplina de dificuldade média e passar depois às mais difíceis, deixando as mais fáceis para o fim. - É imprescindível fazer pequenos intervalos ao longo das horas de estudo, para recuperar a capacidade de concentração. - Antes de começar a estudar cada disciplina, é fundamental que o estudante veja quais são os seus objetivos, que estratégias de estudo vai utilizar e de que materiais vai precisar. No fim, antes de passar a uma nova disciplina, é indispensável fazer uma avaliação do que estudou. Atingiu os seus objetivos? Se tem dúvidas, é necessário definir estratégias para as esclarecer. O estudo feito em grandes noitadas só contribui para o cansaço e para a diminuição da capacidade de raciocínio. Por isso, pais, sejam firmes, mas amigáveis e encorajadores, em insistir para que o calendário de estudo seja cumprido. Se o filho foi cumpridor, organizou bem o seu estudo, fez as autoavaliações diárias e os resultados foram positivos, nos momentos em que os nervos e o medo o afligem, devem acalmá-lo, levando-o a raciocinar positivamente: ele estudou, verificou que sabe, ele é capaz. Sugiram-lhe que siga esse raciocínio nos testes, se os nervos o assaltarem. O ânimo, a confiança nele, a autoconfiança que ajudarem a desenvolver serão poderosos aliados para o sucesso. Vejo agora um surfista que desliza sobre as ondas. Para mim, seria morte certa. Para ele é, certamente, um desafio e um prazer. A perícia, essa adquiriu-a nas horas de treino.
Levem o vosso educando a olhar o
exame como um desafio onde ele vai mostrar a perícia que adquiriu durante o estudo.
No fim, a beleza daquelas ondas poderá encontrar paralelo na nota ansiada.
Fonte :
educare.pt
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No tempo do meu avô era costume, quando se chegava à escola logo pela manhã e antes das aulas começarem, cantar-se o hino nacional e também se rezava. O meu avô disse-me ainda que todos os alunos respeitavam a autoridade e a disciplina do professor, caso contrário eram severamente castigados, levando reguadas e castigos físicos. Os pais, apesar de descontentes, não ficavam contra o professor. Nas aulas, enquanto o professor ensinava a matéria os alunos deviam ficar quietos e calados a ouvir, pois as turmas eram muito grandes e se não houvesse silêncio o professor tinha de repetir várias vezes a matéria. Para o meu avô, a parte da escola que ele mais gostava e de que se lembra com mais saudade eram os recreios, onde ele e os amigos faziam muitos jogos, davam corridas, jogavam futebol com uma bola de trapos, brincavam às apanhadas, jogavam ao botão, às escondidas, ao peão, à bilharda e às latinhas, faziam corridas pelas estradas de terra que faziam nas traseiras da escola primária de
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