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A Árvore das Palavras



Hoje contamos-lhe a história de uma árvore. Uma árvore que não é como as outras, aquelas que se veem nos jardins e da janela, que ondulam com a brisa e que nos deixam a suspeitar há quanto tempo estarão ali, quem as semeou, quantas histórias acolheram na sua sombra, quantas folhas deixaram cair com a tristeza dos que ali passaram e quantas folhas por ali nasceram e se recriaram, com o sorriso de cada criança que nela se agachou. 

Esta é uma árvore com história. Bom, não é que cada árvore não tenha a sua história, mas a história desta árvore é verdadeiramente especial. Esta é uma árvore que nasceu na fantasia de alguém, num tempo que certamente está para lá do tempo como o conhecemos. Alguém que foi voando como os pássaros, pelas noites dentro e pelos dias, atravessando pontes e caminhos, tendo o Tejo como moldura para o tamanho imenso do seu imaginário. 

E assim surgiu uma força, uma força maior do que si própria, que acreditava. E acreditava em coisas muito especiais, que aos olhos dos outros, por vezes, pareciam adormecidas: acreditava nas pessoas e no poder das palavras. Sim, esse poder que transforma, que floresce, que dá vida aos terrenos áridos e que povoa os desertos secos. Foi então voando, muito e muito alto, e foi deixando em cada paragem que fazia pequenas sementes, embrulhadas em afecto. Nessas paragens, outras forças se moveram e se juntaram, acolhendo as sementes e fazendo-as germinar como pontos de luz que passaram a iluminar esta jornada.

E deste acreditar coletivo formou-se uma pequena árvore, que se solidificou pela luz que cada um transportava. Esta era a Árvore das Palavras. Uma árvore que, como todas as outras, seria firme, com raízes seguras, embora alicerçada em qualquer coisa que, de tão especial, fazia dela uma árvore diferente. Na verdade, a Árvore das Palavras tinha raízes profundas no interior daqueles que nela acreditavam. E essas profundezas moviam o próprio Tejo, ondulando de um lado para o outro, avançando em progresso com aqueles que nela se aconchegaram e movendo-se no sentido do encontro com todos os outros que desse colo necessitavam.

Esta árvore acolhia com afeto todos os que nela se quisessem encostar, contendo-os, aconchegando-os e crescendo com eles, em forma de ramos maciços e vigorosos. Não havia desfolhada que não se transformasse em florescimento…

 O Canto da Psicologia | Joana Alves Ferreira

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