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Os pais têm a palavra ...



“A história há-de fazer um juízo extraordinário deste regime. Há um ano festejou com pompa e circunstância os 100 anos da República. No ano seguinte propõe que a data deixe de ser comemorada, assim como a da restauração da independência”.


Estas afirmações de um professor de Lisboa levaram-me a refletir sobre a razão de ser desta polémica: porque se fala tanto da abolição de dois feriados (o 5 de outubro e o 1 de dezembro)? Será que algumas pessoas estão aborrecidas apenas porque as obrigam a ir trabalhar mais dois dias, sempre que aquelas datas calharem entre segunda e sexta-feira? Serão aquelas datas tão importantes ou, pelo contrário, já não significam nada? Será que é verdadeiramente imprescindível obter mais dois dias de trabalho deste modo? Será que vale a pena, tendo em conta o que se perde quando se deixa de comemorar a República ou a Independência no próprio dia em que aconteceram? Perder-se-á a memória destes acontecimentos e do seu significado? (Ter-se-á já perdido?)

Eu bem sei que o meu texto vai feito só de perguntas, mas parece-me cada vez mais necessário fazê-las, e ensinar a colocar questões, às vezes bem mais do que ensinar respostas feitas.

O princípio do século XXI será lembrado como um tempo sem memória, feito do desejo do imediato? A História há de fazer um juízo extraordinário, deveras.


Ana Cristina Almeida ( mãe da Inês Correia )

Comentários

  1. Que belo texto! A mãe da Inês está de parabéns!
    Este texto era digno de estar publicado num jornal, está fabuloso!
    Mais uma vez, parabéns!

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  2. Cristina Ribeiro (mãe da Mariana)11 de fevereiro de 2012 às 04:57

    Sem sombra de dúvida este texto é uma realidade que merece parabéns acrescidos. Só me resta concluir que, a pouco e pouco, o nosso país vai perdendo a sua história.

    Cristina Ribeiro (mãe da Mariana)

    ResponderEliminar

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