O Alexandre na Figueira da Foz

               

Este ano passei as minhas férias de Verão na praia da Figueira da Foz. No dia dois de Agosto, acordei bem cedo para ajudar a minha mãe a preparar as malas. Estava muito feliz e entusiasmado, pois, finalmente chegara, para mim, um dos dias mais importantes e aguardados do ano. Recordo-me que na véspera tinha-me deitado mais cedo, mas tive alguma dificuldade em adormecer, porque não parava de me imaginar a brincar naquele enorme areal.

            Depois do almoço e com a carrinha bem carregada, lá parti com a minha mãe até à Figueira da Foz. Foi uma viagem rápida, durante a qual conversei e ouvi música. Estávamos muito felizes. Quando chegámos, fomos ter com os meus avós, que ficaram muito contentes por nos verem. Mais uma vez, tive de participar na parte cansativa das férias: ajudar a minha mãe com as malas e os sacos.

            O apartamento era largo, moderno, com muitas janelas, uma grande sala, uma cozinha comprida, um corredor longo, que dava para três quartos e uma casa de banho, que tinha uma enorme banheira de hidromassagem. O meu quarto tinha um terraço, com vista sobre um jardim, onde a relva estava bem aparada. A minha cama era larga, mas um pouco desconfortável, porque rangia um bocado.

            Os meus dias na Figueira da Foz foram um pouco iguais. De manhã, levantava-me pelas 10 horas, tomava banho, vestia-me rapidamente e a seguir tomava o pequeno-almoço. Depois, saía com os meus avós até uma esplanada, onde eles tomavam café e, de vez em quando, eu comia um pastel de nata. Normalmente, o meu avô dava-me dinheiro para ir comprar os jornais. Ele preferia o Correio da Manhã e eu como gosto muito de futebol, trazia quase sempre o Record. Às vezes, também comprava umas revistas da sociedade para a minha avó e a minha mãe ficarem informadas sobre as vidas dos famosos. Por vezes, também costumava comprar, quando o meu avô me dava mais dinheiro, umas revistas de futebol e passava o meu tempo a lê-las com muita atenção para estar bem informado e alargar os meus conhecimentos futebolísticos.

            Havia dias em que almoçávamos em casa e outros fora, depois dávamos umas prolongadas caminhadas pela Marginal, onde desfrutávamos de um sol muito agradável e quente. O meu avô também me convidava para irmos lanchar uns caracóis, mas eu apenas lhe fazia companhia, pois os caracóis e eu não nos damos nada bem, temos uma relação distante, no prato nem vê-los. Prefiro antes um hambúrguer suculento, com batatas fritas bem douradas e salada bem temperada.

            Quando ia à praia, gostava de trabalhar para o meu bronzeado, dava alegres mergulhos, mas achava, por vezes, a água um pouco fria, depois ganhava coragem e entrava e até gostava de lá permanecer. Dava caminhadas pela praia, fazia alguns castelos, apanhava conchas, pedras, mexilhões e algas. O meu avô chateava-se comigo quando eu trazia um balde cheio de pedras e lhe dizia que eram para o meu aquário, mas ele não queria saber e acabava quase sempre por as pôr no lixo sem eu me aperceber. Mas eu também gostava de lhe pregar partidas e às vezes, quando ele estava a dormir na toalha, costumava trazer uns pedaços de alga e colocava-lhos na cabeça sem ele se aperceber. Depois, quando ele acordava começávamos todos a rir.

            Mas, houve um dia em que apanhei um valente susto, estava a falar com o meu pai ao telemóvel e descia ao mesmo tempo as enormes e perigosas escadas do Centro Comercial Foz Plaza. Distraí-me, escorreguei e acabei por cair do meio das escadas, fiquei tão assustado que quase fiquei sem respirar e sem conseguir falar. A minha mãe ficou muito aflita e o meu avô levou-me logo ao Hospital, onde fui atendido por médico que me fez umas perguntas e me mandou fazer um raio X à coluna. Felizmente, o exame não acusou nada, mas fiquei com umas valentes nódoas negras, qua a minha mãe tratou com cuidado. Aprendi uma lição e futuramente nunca mais falarei ao telemóvel, ou brincarei quando estiver a subir ou descer escadas.

            Gostei muito destes dias, de estar com a minha família e no último dia tive preguiça em fazer a mala, pois gostaria de ter ficado mais uns dias na Figueira da Foz.

Alexandre Bacelar Cunha