Olá! Que tal começar o novo ano com três textos que explicam como era a escola antigamente, no antigo regime? Lê-os e fica a saber mais sobre como era a escola que os teus pais frequentaram na sua infância!
Pedro Tomás Soares Valério - Nº 21 - 6ºE
A escola no Antigo Regime era muito diferente da escola do séc.XXI.
Era uma escola só para alguns, porque os mais pobres não tinham direito ao ensino.
Como havia poucas escolas, o número de alunos por sala chegava a ser de 50 alunos!
Na sala havia o quadro preto de lousa, a cana e a régua para o professore castigar quem não aprendia ou se distraia.
Aprendiam-se as coisas práticas do dia-a-dia e decorava-se o nome das serras, rios e linhas do comboio, sem perceber muito bem onde se situavam.
Era uma escola muito “cinzenta”, pouco atractiva, que só valorizavam o saber ler, escrever, fazer contas e pouco mais…
Hoje temos uma escola com computadores, quadros interactivos, livros, que procura que os alunos tenham os seus horizontes abertos ao mundo.
Pedro Miguel Vaz Silva - 6ºE - Nº20
A campainha tocava para a entrada. Ordenadamente e em silêncio, os alunos, de diferentes idades e anos, entravam na sala. Os rapazes e as raparigas dirigiam-se para salas diferentes; as turmas não eram mistas, e existiam escolas exclusivamente masculinas ou femininas. Todos eles eram privilegiados por poderem ir à escola, pois, naquele tempo, as crianças pobres tinham de trabalhar desde muito cedo para poderem sobreviver. O abandono escolar era também muito frequente.
O professor subia para um estrado, mais elevado do que os alunos, e começava a dar a matéria, à frente do quadro e de um retrato de Salazar. Aqueles seguiam a leitura pelo único livro que tinham; o livro era apenas um por ano de escolaridade, e usado a nível nacional. Ao mínimo sussurro ou erro, havia castigos que serviam de emenda. Quando era necessário escrever, não havia papel, cadernos, canetas ou lápis; tudo era escrito com uma pequena lousa e giz branco. As matérias não ficavam registadas para mais tarde se poderem ler, pois era necessário apagar para escrever mais. Os alunos, quando chegavam a casa, tinham de estudar, ou corriam o risco de não voltar a ler ou ouvir o que foi dado e a reprovarem. Os professores não podiam passar a aula a responder a dúvidas e não era possível, nesses tempos, debater as questões e assuntos que hoje tratamos muitas vezes na escola, como a política e vários temas relacionados com a actualidade. Pior ainda: se algum aluno não soubesse alguma coisa, ou adoptasse um comportamento incorrecto, mesmo que não fosse grave, poderia levar reguadas, por vezes com a palmatória (régua com buracos que deixava marcas na mão além de magoar). Cada professor tinha a sua maneira de castigar; havia, por exemplo, professores que mandavam o aluno ajoelhar-se sobre grão de milho.
Não havia cantinas, ginásios ,computadores, projectores e outros instrumentos mais avançados que hoje temos e até mesmo as bibliotecas eram raríssimas. O ensino era duro, mas existia muito mais respeito do que hoje. Os equipamentos não eram tão sofisticados; a aprendizagem era mais baseada na memorização do que na compreensão e participação (por vezes, o professor dava aulas inteiras a falar sem os alunos participarem nela uma única vez).E era esta a escola de ontem…
Pedro Gabriel Vicente de Almeida - Nº 19 - 6ºE
Era um dia calmo e normal de Outubro, com nuvens cinzentas no céu e uma leve brisa no ar, e lá ia eu, com a minha pasta às costas para a escola. Quando cheguei à entrada da escola, vi os meus amigos e cumprimentei-os a todos. Quando tocou fui em direcção ao portão dos rapazes e entrei. Fui calmamente para a sala de aula e sentei-me ao lado do Jacinto, que era o tagarela da turma e um grande recordista da escola por ser o aluno que mais vezes levou com a palmatória na mão.
Quando já estavam passados dois minutos depois do toque, o professor, o Senhor Almeida, entrou e o silêncio na sala de aula foi total. Atravessou a sala sem cumprimentar ninguém até à sua secretária, e pousou as suas coisas. Olhou-nos com um ar de poucos amigos, que era o seu ar habitual, pegou na palmatória e pousou-a na sua secretária. Ouvi ao meu lado o Jacinto a engolir em seco, pois tal era o seu medo pela palmatória que, para minha surpresa, desde que tinha levado com o cúmulo da dor, tinha ficado um menino mais bem comportado.
Já eram quase dez e meia, hora do intervalo, quando o Jacinto teve a brilhante ideia de pôr-se a conversar comigo. Eu não lhe liguei, pois não queria nada levar com a palmatória, e para felicidade minha, o professor viu o Jacinto e pegou na palmatória, dando um sinal ao meu colega de carteira para se pôr à sua frente. Ele assim fez e não vos vou contar o que aconteceu a seguir. Só vos conto que no intervalo, a mão do Jacinto estava cor-de-rosa com pintinhas brancas no meio e eu e os meus amigos já sabíamos que mais ninguém iria ultrapassar o recorde de vinte e oito palmadas na mão em duas semanas e meia.
Quando tocou para entrar, o professor já se encontrava na sala de aula e mesmo antes de nos sentarmos ele anunciou:
-Ditado! – disse em voz alta.
Já sabíamos o que nos esperava se errássemos mais de três palavras: era caqueirada à Almeida, como lhe chamávamos. Por isso ninguém errou mais de três palavras e o único que não errou nenhuma foi o Castro. Eu só errei uma e o Jacinto também só errou uma porque de certeza tinha copiado por mim. Tinha sorte em estar atrás.
À uma hora em ponto, deu o toque de saída e eu fui para casa com um alívio enorme. Mais um dia de escola passado.
Pedro Tomás Soares Valério - Nº 21 - 6ºE
A escola no Antigo Regime era muito diferente da escola do séc.XXI.
Era uma escola só para alguns, porque os mais pobres não tinham direito ao ensino.
Como havia poucas escolas, o número de alunos por sala chegava a ser de 50 alunos!
Na sala havia o quadro preto de lousa, a cana e a régua para o professore castigar quem não aprendia ou se distraia.
Aprendiam-se as coisas práticas do dia-a-dia e decorava-se o nome das serras, rios e linhas do comboio, sem perceber muito bem onde se situavam.
Era uma escola muito “cinzenta”, pouco atractiva, que só valorizavam o saber ler, escrever, fazer contas e pouco mais…
Hoje temos uma escola com computadores, quadros interactivos, livros, que procura que os alunos tenham os seus horizontes abertos ao mundo.
Pedro Miguel Vaz Silva - 6ºE - Nº20
A campainha tocava para a entrada. Ordenadamente e em silêncio, os alunos, de diferentes idades e anos, entravam na sala. Os rapazes e as raparigas dirigiam-se para salas diferentes; as turmas não eram mistas, e existiam escolas exclusivamente masculinas ou femininas. Todos eles eram privilegiados por poderem ir à escola, pois, naquele tempo, as crianças pobres tinham de trabalhar desde muito cedo para poderem sobreviver. O abandono escolar era também muito frequente.
O professor subia para um estrado, mais elevado do que os alunos, e começava a dar a matéria, à frente do quadro e de um retrato de Salazar. Aqueles seguiam a leitura pelo único livro que tinham; o livro era apenas um por ano de escolaridade, e usado a nível nacional. Ao mínimo sussurro ou erro, havia castigos que serviam de emenda. Quando era necessário escrever, não havia papel, cadernos, canetas ou lápis; tudo era escrito com uma pequena lousa e giz branco. As matérias não ficavam registadas para mais tarde se poderem ler, pois era necessário apagar para escrever mais. Os alunos, quando chegavam a casa, tinham de estudar, ou corriam o risco de não voltar a ler ou ouvir o que foi dado e a reprovarem. Os professores não podiam passar a aula a responder a dúvidas e não era possível, nesses tempos, debater as questões e assuntos que hoje tratamos muitas vezes na escola, como a política e vários temas relacionados com a actualidade. Pior ainda: se algum aluno não soubesse alguma coisa, ou adoptasse um comportamento incorrecto, mesmo que não fosse grave, poderia levar reguadas, por vezes com a palmatória (régua com buracos que deixava marcas na mão além de magoar). Cada professor tinha a sua maneira de castigar; havia, por exemplo, professores que mandavam o aluno ajoelhar-se sobre grão de milho.
Não havia cantinas, ginásios ,computadores, projectores e outros instrumentos mais avançados que hoje temos e até mesmo as bibliotecas eram raríssimas. O ensino era duro, mas existia muito mais respeito do que hoje. Os equipamentos não eram tão sofisticados; a aprendizagem era mais baseada na memorização do que na compreensão e participação (por vezes, o professor dava aulas inteiras a falar sem os alunos participarem nela uma única vez).E era esta a escola de ontem…
Pedro Gabriel Vicente de Almeida - Nº 19 - 6ºE
Era um dia calmo e normal de Outubro, com nuvens cinzentas no céu e uma leve brisa no ar, e lá ia eu, com a minha pasta às costas para a escola. Quando cheguei à entrada da escola, vi os meus amigos e cumprimentei-os a todos. Quando tocou fui em direcção ao portão dos rapazes e entrei. Fui calmamente para a sala de aula e sentei-me ao lado do Jacinto, que era o tagarela da turma e um grande recordista da escola por ser o aluno que mais vezes levou com a palmatória na mão.
Quando já estavam passados dois minutos depois do toque, o professor, o Senhor Almeida, entrou e o silêncio na sala de aula foi total. Atravessou a sala sem cumprimentar ninguém até à sua secretária, e pousou as suas coisas. Olhou-nos com um ar de poucos amigos, que era o seu ar habitual, pegou na palmatória e pousou-a na sua secretária. Ouvi ao meu lado o Jacinto a engolir em seco, pois tal era o seu medo pela palmatória que, para minha surpresa, desde que tinha levado com o cúmulo da dor, tinha ficado um menino mais bem comportado.
Já eram quase dez e meia, hora do intervalo, quando o Jacinto teve a brilhante ideia de pôr-se a conversar comigo. Eu não lhe liguei, pois não queria nada levar com a palmatória, e para felicidade minha, o professor viu o Jacinto e pegou na palmatória, dando um sinal ao meu colega de carteira para se pôr à sua frente. Ele assim fez e não vos vou contar o que aconteceu a seguir. Só vos conto que no intervalo, a mão do Jacinto estava cor-de-rosa com pintinhas brancas no meio e eu e os meus amigos já sabíamos que mais ninguém iria ultrapassar o recorde de vinte e oito palmadas na mão em duas semanas e meia.
Quando tocou para entrar, o professor já se encontrava na sala de aula e mesmo antes de nos sentarmos ele anunciou:
-Ditado! – disse em voz alta.
Já sabíamos o que nos esperava se errássemos mais de três palavras: era caqueirada à Almeida, como lhe chamávamos. Por isso ninguém errou mais de três palavras e o único que não errou nenhuma foi o Castro. Eu só errei uma e o Jacinto também só errou uma porque de certeza tinha copiado por mim. Tinha sorte em estar atrás.
À uma hora em ponto, deu o toque de saída e eu fui para casa com um alívio enorme. Mais um dia de escola passado.
Parabéns, Pedros Tomás e Gabriel! Senti-me mesmo numa dessas salas de aula.
ResponderEliminarNem oito, nem oitenta. A escola deve ser equilibrada; nem demasiado dura, nem o contrário (tem de haver respeito pelos professores e funcionários). Hoje em dia, felizmente, é isso que temos na nossa escola: equilíbrio. E, graças a ele, surgiram estes textos fantásticos que inauguraram o blog.
Ainda nos lembramos do primeiro desafio do 6ºano, agora a escola está a terminar e com ela os desafios e a aventura!
ResponderEliminarBoas Férias!
tantos desafios que a professora nos lançou e agora tudo acabou, já não vai haver desafios da professora Olga nem escola amarelinha...aiai...
ResponderEliminarComo o tempo passa depressa...
Boas férias
Jacqueline
foi com estes textos que o nosso blog começou...já foi à algum tempo...agora acabaram as aulas...mas este blog não vai acabar...
ResponderEliminarboas férias...